sábado, 20 de outubro de 2012

Estado de mente #2








Se a raiva que me invade neste momento fosse proporcional a um grito daquelesqueabanamacampaínha, provavelmente teria que distribuir gratuitamente tampões para ouvidos na freguesia inteira.
Raiva de mim. Raiva daquilo que me fizeste tornar por um tempo, enquanto achava que a vida real ainda se assemelha aos contos encantados e filmes românticos. Não que não tivesse sido alertada. Não que uns Homens não me tivessem dito que os meninos costumam ter espaço demais dentro do coração. Eu só ainda hoje quero acreditar que meninos alguma vez na vida terão que se tornar Homens. Ainda não foi desta, não comigo, meu caro.
Hoje, quando o teu rosto invade a minha lembrança, já sinto apenas raiva. E pena, não de ti. Pena de mim e de quem ainda acredita na perfeição de algo tão impuro.
Uns chamam-me uma alma pura, outros definem-me como verdadeira. Hoje tenho a dizer a esses uns e outros, que a cegueira e fraqueza do ser humano levaram ao chão a pureza e a verdade do meu coração. E por isso sinto raiva. Raiva de mim. E Raiva de ti. E da omissão que trouxeste ao meu coração.
E tem sempre que cair por terra o que idealizo como perfeito durante escassos momentos.
Mas não fiques perturbado, ou sequer preocupado. Felizmente os meus valores permanecem depois de erros e banhos de água gelada. E eles trarão sempre de volta a beleza da minha ingenuidade demasiado romântica.
Não aprendi nada com isto. Só gosto de achar que aprendi coisas boas na minha vida. E a única coisa boa que aprendi no final das somas, foi o valor que eu ainda consigo retribuir a mim mesma.

Quero que sejas feliz, que saibas fazer alguém feliz, e acima de qualquer felicidade, que te esqueças que alguma vez erramos de tal maneira que tudo acabou em mensagens geladas ou silêncios eternos.




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